A importância de manter as tradições da empresa durante a pandemia

O ano vai se encaminhando para o fim e a expectativa pela tradicional festa de confraternização é inevitável. Vivemos essa contradição: ao mesmo tempo em que passamos por um ano difícil e precisamos (mais do que nunca) de uma festa, estamos impedidos de fazê-las por motivos de saúde pública. Mesmo assim, esse momento deve ser deixado de lado?

A resposta é: não. Mas pode não ser tão simples assim. Se em tempos de normalidade já havia grande demanda por criatividade e estratégias que fugissem do clichê, agora isso é um imperativo dentro das empresas. Estudiosos chamam à atenção o fenômeno que chamam de desautomatização. Tarefas e planejamentos simples, cuja execução era tomada por garantida, agora exigem reflexão.

E, mais que anos anteriores, o ano de 2020 foi um ano desafiador para manter o moral da equipe. As estatísticas mostram um aumento significativo em sintomas de depressão e ansiedade, por exemplo. O consumo de ansiolíticos aumentou em mais de 15%, e medicamentos para controlar a insônia, em cerca de 40%. Manter as celebrações tradicionais da empresa, neste momento, é uma questão muito mais séria.

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Festa não é brincadeira

Os rituais, como as festas de fim de ano, podem atenuar bastante a ansiedade. A explicação para isso é que a vida cotidiana costuma ser repleta de incerteza e estresse. Em rituais, pelo contrário, as coisas tendem a acontecer de forma ordenada e com maior previsibilidade. Isso gera uma sensação de controle – o que, por sua vez, gera conforto, amenizando a ansiedade.

Para a psicologia, as experiências tendem a ser mais intensas quando vividas em companhia de outras pessoas. Compartilhar experiências positivas com as pessoas fortalece os laços, gera alegria e, como consequência, leva as pessoas a enxergarem mais sentido na vida.

Culturalmente, o final do ano tem um significado simbólico de fechamento de ciclo. O ano novo, por extensão, representa um novo início, um recomeço, e é ligado à esperança. Convém não contribuir para que esse momento seja marcado ainda mais negativamente na mente de seus colaboradores.

E como fazer?

A movimentação tem que vir das cabeças da equipe. O poder de influência de chefes, diretores, gerentes e outros líderes deve ser mobilizado em prol desse momento. Reuniões virtuais vêm sendo feitas abundantemente por empresas, e com sucesso.

É preciso entender que essa é uma proposta diferente de festa. O objetivo não é transplantar as mesmas características de uma festa presencial para o ambiente virtual. São outros parâmetros, e talvez seja preciso certa boa vontade e abertura para entrar no clima. O ponto principal é suprir a necessidade humana de socialização que, de outro modo, não poderia ser suprida neste momento.

Enviar mimos para a equipe pode ser uma excelente ideia. Podem ser também objetos para usarem durante a festa, e comidinhas e bebidas para consumirem juntos – mas virtualmente. O importante é não deixar passar em branco, porque isso pode desestimular a equipe.

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