Quais são as habilidades do futuro?
- 07/12/2020
Parece um cenário fértil para uma distopia, mas já está acontecendo: estudiosos estimam que, até 2030, a inteligência artificial tomará metade dos nossos empregos. De fato, muitas funções realizadas por humanos podem ser realizadas por máquinas de forma mais consistente e barata, o que é bastante vantajoso para os empresários. Os robôs estão cada vez mais presentes nossa realidade.
Robôs?
A ideia que temos de robôs pode muitas vezes ser aquela do desenho Os Jetsons, mas a realidade da IA mostra que a robotização será mais capilarizada e já invade pouco a pouco nosso cotidiano. A Alexa, por exemplo, mostra que os robôs não terão necessariamente a forma humana. Carros autodirigíveis não terão uma figura humanoide os guiando – apenas não terão volante.
No que concerne aos empregos, embora o senso comum e a cultura pop tenham nos acostumado a pensar que só os trabalhadores de colarinho azul seriam substituídos, temos visto que os de colarinho branco também serão. Serviços de análise de dados, telemarketing, serviços de atendimento ao consumidor e até radiologia e jornalismo futuramente serão substituídos por softwares. A partir de uma boa base de dados, a máquina aprende de maneira surpreendente.
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Então estamos perdidos?
A resposta é: um pouco, mas não todos. Os únicos trabalhos que estarão a salvo são aqueles complexos e criativos. Isso porque a única característica “produtiva” humana que a inteligência artificial ainda não consegue emular com desenvoltura é a criatividade, e talvez o segredo para o futuro esteja exatamente aí. A inteligência artificial potencializa, otimiza e simplifica, mas não cria. É verdade que ela também não sente, mas isso já é outro assunto.
Empregos de extrema complexidade, que exigem a mobilização de conhecimentos técnicos, psicológicos e afetivos para a interpretação de situações mutáveis, dificilmente serão substituídos por máquinas. Igualmente, trabalhos criativos, que se pautam na maturação de ideias, conexões complexas, que envolvam epifanias, insights e criação também estão a uma distância segura dessa “ameaça”. Artistas, cientistas, CEOs, economistas, professores, cuidadores, assistentes sociais – a lista não é tão pequena quanto julgamos.
Portanto, talvez o caminho para o futuro seja apostar em uma formação mais completa do ser humano, que foque no cultivo de valores e características que nossa cultura nem sempre prioriza. Embora não seja possível prever o futuro, podemos observar as tendências e interpretá-las. Assim, trabalhos criativos e compassivos, que privilegiem as relações, podem ser o futuro. De uma forma paradoxal, talvez os robôs nos tornem mais humanos.
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